26/08/2022

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Os desafios e as conquistas das carreiras jurídicas

A trajetória de Manoel Luiz Ribeiro, hoje advogado do Porto Advogados, ilustra uma experiência enriquecedora e única no Direito. A seguir, compartilhamos os principais trechos da entrevista:

  1. Como começou a carreira jurídica?

Após concluir o curso de graduação em Direito na Faculdade Católica de Direito de Santos, imediatamente comecei a estudar e prestei, logo no ano seguinte, concurso de ingresso no Ministério Público do Estado de São Paulo. Logrei aprovação e tomei posse em jan/1988 como Promotor de Justiça Substituto do Estado de São Paulo.

  1. O que o atraiu para atuar como promotor de justiça? Em que áreas trabalhou?

Durante o curso de Direito fui estagiário de um magnífico Promotor de Justiça, Dr. Elias Jacob, também meu professor de Direito Penal na faculdade. Com ele conheci e passei a admirar e respeitar o Ministério Público de São Paulo. Ao sair da faculdade já sabia que queria ser Promotor de Justiça, sendo imenso o orgulho por ter integrado seus quadros por quase quatro anos. A experiência no Ministério Público foi valiosíssima. Passei pelas hoje extintas 1ª, 2ª e 3ª entrâncias, encerrando a carreira como 7º Promotor de Justiça de São Vicente. Atuei em diversas áreas. Fui Promotor Criminal, de Família e Sucessões, Cível em geral, Meio Ambiente, Infância e Juventude etc.

  1. O que o levou a mudar para a magistratura?

Apesar da enorme admiração pelo Ministério Público e suas relevantes funções públicas, percebi que minha vocação era de fato a magistratura. Exercer a jurisdição, solucionando os conflitos de interesse e dando a cada pessoa, física ou jurídica, o que é seu por direito, me fascinava (e ainda fascina). Resolvi, então, prestar concurso e iniciar nova carreira na Magistratura Paulista. Ingressei em 1991 e nela permaneci até minha recente aposentadoria.

  1. Quais os principais desafios para ingressar e atuar no MP e na magistratura? E as maiores satisfações?

Os concursos públicos do Ministério Público e Magistratura de São Paulo são dificílimos. São muitos candidatos e o nível é bastante elevado. Requerem muito estudo e dedicação. Graças a Deus logrei êxito em ser aprovado no primeiro que prestei em cada uma das carreiras. As duas sempre exigiram muito sacrifício e dedicação. A magistratura, que abracei por quase três décadas, demanda permanente estudo e atualização, além de serenidade, equilíbrio, sensatez na tomada de decisões. Permanecer sempre vigilante para jamais esquecer que por trás de cada processo há uma pessoa, cuja vida, destino, futuro estão nas mãos do juiz, é um constante desafio. Não deixar que o volume avassalador de trabalho afaste a obrigação de cuidar de cada caso como se fosse o único e ao mesmo tempo ser produtivo é missão árdua. A satisfação, contudo, não tem preço. Atuei em todas as áreas, criminal, cível, empresarial, tributário, administrativo, ambiental, infância e juventude, passando por todas as etapas da carreira até chegar ao Tribunal de Justiça. Em todas elas encontrei enorme satisfação porque sempre busquei, com responsabilidade e dedicação, cumprir minhas obrigações, ser justo e entregar o meu melhor. A satisfação de acreditar que se está fazendo justiça e assegurando o direito a quem o detém é incomparável.

  1. Como vê a advocacia hoje? Quais os obstáculos e as conquistas no exercício da advocacia?

A aposentadoria foi uma decisão difícil, talvez uma das maiores que tomei, mas, enfim, havia mais uma missão no meu destino. Tornei-me advogado. Seguindo o modelo inverso do que normalmente ocorre com os operadores do direito, depois de duas carreiras públicas, resolvi abraçar a advocacia. Missão também dificílima, vejo hoje com maior clareza. Enquanto por quase toda a minha vida profissional, procurei decidir os litígios que me eram postos, como advogado passei à difícil tarefa de criar, de encontrar a tese, o caminho mais justo para defesa dos direitos do meu cliente. A responsabilidade de bem defender o direito do cliente e buscar eficientemente seu reconhecimento perante o Poder Judiciário é tarefa árdua. Não basta estudar com afinco e acreditar no direito de seu cliente é preciso, com sensatez, habilidade e dedicação, viabilizá-lo. Existem algumas dificuldades no exercício da advocacia, como por exemplo, os variados sistemas informatizados dos Tribunais do país. Alguns melhores ou mais fáceis de operar e outros piores ou mais difíceis. Muitas conquistas vêm sendo amealhadas nos últimos tempos, especialmente com novas leis, como o recente Código de Processo Civil, que trouxe mudanças almejadas pela advocacia, envolvendo contagem de prazo em dias úteis, forma de intimação, regra sobre honorários, com valorização do advogado, dentre muitas outras.

  1. Qual é a dica que pode dar a quem está acabando a graduação em Direito a respeito dos caminhos que a formação possibilita?

Aos recém-formados posso dizer que todas as carreiras do Direito exigem muito estudo, constante atualização, dedicação e responsabilidade. Todas as carreiras são importantíssimas, trazem desafios, sacrifícios e grande satisfação quando exercidas com dedicação e amor. Jamais esmorecer, acreditar que, com perseverança, qualquer objetivo profissional pode ser conquistado.

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