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A visão contemporânea de negócios, em razão das novas exigências da sociedade com relação à incorporação de pautas socioambientais aos negócios, passa a exigir das empresas uma gestão empresarial por valores, independentemente do porte, da estrutura societária ou do perfil das operações desempenhadas pela empresa.
O que se tem observado, nas últimas décadas, é uma mudança no paradigma da exploração econômica, impulsionando a superação dos interesses eminentemente individuais – leia-se maximização dos lucros – em prol do equilíbrio entre o retorno financeiro e o impacto socioambiental do processo produtivo. O engajamento das empresas com o bem-estar da comunidade ao seu entorno tornou-se pauta de discussões em nível global, reafirmado pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, coordenada pela ONU. O documento, embora de natureza não vinculativa, reflete a preocupação global com práticas que gerem impacto social e ambiental positivo, sem, logicamente, excluir o lucro. Trata-se de um movimento que convoca as organizações empresariais a assumir seu papel de relevo na jornada da sustentabilidade, alinhando sua atuação estratégica à gestão dos riscos sociais e ambientais envolvidos na exploração da atividade econômica. Dessa forma, a empresa promove, por meio de suas atividades, valor e benefícios no longo prazo, não só aos acionistas, como também aos stakeholders e ao meio ambiente.
Explorar atividade econômica gerindo os riscos relacionados ao ESG é tema que cada vez mais ocupa a pauta das companhias e do mercado. A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) foi criada em 2005 para expressar a necessária prioridade a fatores ambientais, sociais e de governança nos mercados financeiro e de capitais. As práticas das empresas passaram a ocupar papel de destaque como fontes de referência para os analistas de investimento, que esperam transparência nos processos corporativos, independência nos conselhos, respeito aos direitos humanos, análise e métricas de riscos socioambientais de suas atividades, entre outras.
ESG abarca, portanto, assuntos relacionados à economia sustentável, isto é, a adoção de práticas ambientais, sociais e de governança que compensem as externalidades negativas resultantes do exercício da atividade econômica. Em outras palavras, é a dimensão sustentável dos negócios como aliada do retorno financeiro. Desde 2005 a Bolsa de Valores brasileira criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), cujo objetivo “é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial. Apoiando os investidores na tomada de decisão de investimento e induzindo as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade, uma vez que as práticas ESG (Ambiental, Social e de Governança Corporativa, na sigla em inglês) contribuem para a perenidade dos negócios”. O ISE é uma referência para investidores que avaliam as atividades empresariais sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável e destaca-se pelo desempenho histórico acima dos índices apresentados pela B3.
Os fatores ESG também repercutem sobre outros aspectos relevantes, pois são capazes de impactar no valuation das empresas, em sua competitividade e em sua imagem.