10/03/2023

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Semana das Mulheres – Detalhistas, mulheres têm sucesso em processos complexos

Para encerrar nossa programação da Semana das Mulheres, batemos um papo com a advogada Anapaula Nichols, que começou sua jornada profissional no Porto Advogados. Confira:

  • Quando entrou no Porto ?

Entrei no Porto, que na época tinha a denominação de Escritório de Advocacia Benedicto Pereira Porto, em 1987, como advogada. Fiz estágio desde o segundo ano da faculdade, mas, como advogada formada, meu primeiro emprego foi no Porto.

  • Pode falar um pouco de como foi esse início, dos primeiros aprendizados ? 

Entrei no escritório indicada pelo Benedicto Porto Neto (neto do fundador), pois fomos colegas de faculdade. Logo me adaptei ao ritmo de trabalho. O escritório sempre foi full service e, naquela época, as áreas do Direito não eram tão compartimentadas como são atualmente, de forma que era comum que advogados atuassem em várias delas. A equipe era enxuta e eu atuava em casos cíveis, trabalhistas, fazia defesas tributárias, elaborava contratos sociais, etc., mesmo sendo recém-formada.

Mas isso só foi possível porque eu tive um grande mestre, um mentor incrível, que detinha um conhecimento jurídico gigantesco, em praticamente todas as áreas do Direito e, principalmente, uma enorme generosidade em compartilhar o seu conhecimento, a sua experiência profissional. Meu mentor foi o Dr. Pedro Paulo de Rezende Porto, filho do fundador e titular do escritório à época, pai do Benedicto Pereira Porto Neto e do Pedro Paulo de Rezende Porto Filho, que hoje estão à frente do Porto Advogados. Acho muito bacana isso, o escritório ser liderado pela terceira geração de advogados.

Tínhamos um ótimo relacionamento, ele  orientava como os trabalhos deveriam ser conduzidos, as estratégias. Ele ia falando e eu anotando tudo. No começo, indicava quais os casos que eram semelhantes, as minutas que eu poderia utilizar como modelo ou como base. Devemos lembrar que, naquela época, não existia internet e os computadores estavam começando a ser utilizados. Tudo precisava ser datilografado, xerocopiado. Isso foi fundamental para que eu fosse adquirindo experiência, segurança. Com o passar do tempo, parei de atuar na área trabalhista e passei a coordenar os processos cíveis e a trabalhar em assuntos societários mais esporadicamente. Essa experiência inicial foi determinante na minha carreira, pois propiciou uma visão abrangente do direito.  Acho que os primeiros aprendizados, que nunca deixei de seguir, foram sempre prestar muita atenção aos detalhes, ter muita dedicação e esforço.

  • Que área você imaginou que ia seguir ao entrar na faculdade?

Sempre pensei em seguir na área cível, especialmente no contencioso. Além da área cível, atuei na área empresarial durante muito tempo, bem como em compliance, societário e imobiliário.  

  • Por que saiu e por que voltou ao Porto? Como foi esse processo?

Depois de alguns anos trabalhando intensamente, quis dar um tempo na profissão, pensando em exercer uma outra atividade, mais tranquila. Queria engravidar, cuidar dos filhos.  Mas esse período longe do Direito durou pouco tempo. Sentia falta do trabalho. Decidi voltar à profissão e abri escritório próprio, mais voltado ao atendimento de pessoas jurídicas. Mas logo fui chamada para liderar um departamento jurídico, depois outro. Com isso, se passaram uns 20 anos, até que, em 2016, resolvi que era hora de dar uma virada na carreira e trabalhar com  compliance. Foi quando fui convidada a retornar ao Porto, para abrir essa área no escritório. E assim foi durante um curto período, pois os ecos do contencioso eram muito fortes e acabei assumindo a área cível.  

  •  Alguma particularidade como mulher na carreira de advogada?

Acho que as mulheres por serem mais detalhistas e precisarem cuidar de várias frentes ao mesmo tempo (casa, filhos, profissão, família etc.), acabam tendo uma vantagem na profissão, especialmente em casos complexos, que envolvam várias disciplinas. Costumam ser mais empáticas também, o que ajuda na hora de compreender e adequar vários interesses contrapostos.

  • E as mudanças que notou nestes anos de carreira? Quais as dicas para quem está começando?

A revolução tecnológica ocorrida desde quando comecei a estudar transformou a profissão absurdamente, tanto para o bem, como para o mal. Trouxe incontáveis benefícios e facilidades, mas igualmente um volume de informações massacrante; ritmos de trabalho estafantes, sem descanso físico ou mental; a velocidade nas mudanças, seja de entendimento, de procedimentos, legislativas, difíceis de acompanhar. Enfim, as ferramentas e aptidões hoje necessárias ao bom profissional do Direito sequer existiam quando comecei na profissão. Por isso, manter-se atualizado e inserido no mundo tecnológico é fundamental.

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